Carta sobre a Seleção

Caros amigos,

Na última quarta-feira, à noite, no jantar, num dos ótimos restaurantes de São Paulo, com toda a equipe do Claudinho reunida (Roberto Assunção (Primo), Guilherme, Fernando Cysneiros, Fernando Teixeira e eu), além do penetra, Serginho Brum, um dos convivas ponderou, na véspera do que seria o último tempo do round robin, que a quadra do Robertinho, em oitavo lugar, se encontrava na condição mais delicada para alcançar a classificação. Eis que jogaria contra o poderoso time do Leão (Fred, Dib, Ravenna, Vitamina, Nader), enquanto que a nossa equipe, em nono, teceria armas com a última colocada, cuja pontuação, depois de dez rodadas, não perfazia 15 pvs. Serginho, esqueci de dizer, um dos integrantes da equipe ameaçada, não retrucou, pelo contrário, brindou alegremente pelo sucesso de todos os presentes.

Prognósticos de resultados favoráveis no Bridge costumam ser desastrosos.

No dia seguinte, a equipe juvenil, que sequer fizera quinze pontos em todo o campeonato, nos deu uma tremenda surra (diferença de mais de 16 pvs) e nos botou, merecidamente, para correr.

A equipe do Serginho foi em frente e, pelo que hoje se sabe, não mais parou.

Os jovens não decepcionaram e são a nossa esperança para daqui a alguns anos. Eles podem chegar no topo, mas a maior dificuldade será mantê-los nos trilhos do Bridge. Ainda não sabem que fora do Bridge não há mais nada. Devemos agradecer aos professores de São Paulo (Leão, Xaninho, João Paulo, Duque – estou esquecendo alguém?) pela proeza, em tempos difíceis, de atrair para o Bridge essa garotada e cultivar o seu interesse.

No feminino, não sei se prevalece o sentimento de um pequeno desencanto com o jogo. Apenas duas equipes disputaram o torneio. A terceira, formada por experientes guerreiras (Heloisa, Ágota, Isabella, Leda, Caru e Lúcia), só apareceu para jogar a final e conquistou o direito de representar o Brasil na Polônia. Vamos torcer muito por elas. O Bridge feminino precisa desse estímulo.

No livre, talvez o momento de maior emoção ocorreu na semifinal, entre as quadras do Robertinho e do Gabriel. Faltavam duas derradeiras bolsas para definir um dos finalistas e Chagas liderava por três imps. Na penúltima, os irmãos Brums coletaram 200 depois de três paus dobrados e uma queda. Na outra mesa, cartearam três ouros feitos (110). Assim, se evaporaram os três pontos de dianteira. Jogo empatado e a última bolsa (opinião unânime) era “caixão”. Um game em naipe rico sem grandes mistérios. Mas o Bridge é capcioso. Diego cumprira o contrato com tranquilidade e parecia que Emílio faria o mesmo, mas não... Num lampejo de sorte, num tropeço do carteio, ou em momento de rara clarividência (não me perguntem o porquê) o Emílio deixou de lado a óbvia finesse, bateu um Ás lateral e o Rei de ouros, solitário e submisso, caiu de joelhos. Uma vaza mais (650) e a vitória junto com ela.

Desejo aqui agradecer aos responsáveis pela impecável organização do torneio, liderada pelo Leão (cuja equipe, aliás, brilhou e batalhou bravamente até a final), ao Junqueira, à Fernanda, à Marina, ao Leitão e seus assessores, os quais emprestaram todo o seu esforço para que o torneio transcorresse agradavelmente e sem falhas. Peço à Marina que publique na página da Federação os nomes dos campeões e dos vices em ambas as categorias, para justo registro na posteridade.

Lembro que ainda faltam ser disputadas, também em São Paulo, no mês de maio, as vagas para o sênior e para o misto. A Polônia vale a pena.

Por fim, informo que a equipa do Robertinho (uso a expressão “equipa” para homenageá-lo) irá para o mundial (quatro dos seus representantes – os dois Brums, e Emílio com um dos seus parceiros) completada pela dupla Jeovani e Paulinho.

Parabéns a todos os campeões.