Que onda, que festa de arromba!



É isso mesmo caros amigos, o Brasileiro deste ano foi uma festa para ser lembrada.
Vinte e uma equipes de todas as cores e categorias.
A Bahia mostrando porque sempre é eleita para a realização do torneio. Quem ousa desafiar Salvador? Acho que só eu, mas agora também me rendi à pimenta baiana, ao mar de Caymmi, à morena sem pressa na vida.
Houve festa no começo, no meio e no fim. Esta última valeu pelas outras.
No tocante ao torneio propriamente dito, aconteceu um ligeiro tumulto, como, aliás, sói acontecer, e parece ser uma tradição nas competições de Bridge. Algumas equipes rebelaram-se contra o regulamento de alto critério técnico formulado pelo Beto. Acharam demasiadas dezesseis bolsas em três partidas por dia. O diretor, por sua vez, mostrava-se irredutível, arguindo o caráter imutável do Regulamento publicado. Nada extraordinário. Os jovens em geral, são extremamente rígidos na observância das leis. Os mais velhos são mais tolerantes porque conhecem os dribles da vida real. Seja como for, de um lado e de outro, apesar de a razão flertar com todos, prevaleceu, por larga maioria, o ponto de vista que defendia a redução de bolsas (catorze, também nada de mais).
Felizmente, o torneio transcorreu sem maiores acidentes, a não ser uma rusguinha aqui, outra acolá, mas sem tirar pedaço, graças ao olhar atento da Jaqueline.
Não falarei dos vencedores tendo em mira que vocês já conhecem os seus nomes.
Entretanto, não poso omitir a margem de diferença ocorrida na final, não apenas na equipe livre, como também na feminina. Não consigo atinar o porquê. Estranhei tendo em vista que há um razoável equilíbrio entre os jogadores em apreço. Bem, deve ter sido apenas um mau dia.
Essa história de torneio suíço não é uma boa para os emergentes sonhadores. A minha equipe, vitoriosa nos três primeiros jogos, depois só enfrentou pedreira. Por outro lado, a turma da Bahia fez o caminho inverso e foi feliz na sua estratégia involuntária.
Os iniciantes deitaram e rolaram. Adoraram o jogo, o hotel, a praia, as festas, tudo. Que venham mais e mais a cada ano. Rafael me prometeu que assim será.
A cerimônia de encerramento tornou-se o ponto nevrálgico e inesquecível da competição.
Pode-se dizer que muito menos do que premiação, a cerimônia rendeu homenagem a quem não jogou uma única partida no torneio e se sagrou vencedor do Brasileiro da Bahia de 2015 e do Bridge do Brasil por toda a vida.
Cecília muitas vezes repetiu: 'Ernesto está aqui conosco. Parece que eu o vejo ali sentado todo o tempo'. Eu também acredito que ele estava presente. É preciso acreditar que as coisas que fizemos na terra valeram a pena, caso contrário tudo terá sido uma enorme injustiça.
Juliana conduziu a cerimônia de premiação e Lia Cintra a da homenagem, e ela própria lhe deu início lendo um comovente texto, depois chamou Miguelzinho que dissertou sobre as coisas que Ernesto gostaria de ter ouvido, Gabriel veio em seguida e também, em voz e atitude contritas, demonstrou todo o seu afeto e a saudade que guardava no peito, finalmente, Rafael, nosso anfitrião, falou com a fluência dos baianos sobre o carinho de todos por Ernesto. Coube a mim encerrar a cerimônia e pedir a Fernando Amaral que subisse ao Palco para entregar a Cecília uma placa de Honra ao Mérito em homenagem a Ernesto. Escolhi Fernando não apenas porque era amigo de Ernesto havia mais de cinquenta anos, mas também porque é reconhecido como um dos homens mais dignos e queridos do Bridge brasileiro.
Tenho a convicção de que Cecília ficou feliz com aquela pequena, mas sincera demonstração de carinho por seu marido. Na ocasião, lembrei Churchill: Nunca tantos deveram tanto a um único homem.
Só me penitencio por uma omissão imperdoável, lembrada por Eduardo Barcellos, mas demasiado tarde para corrigir: deixamos de tirar uma fotografia com todos os bridgistas num abraço gigante a Ernesto em torno de Cecília. Paciência.
Em contrapartida, Cecília bailou (como dizem os argentinos) com Bianchedi (um sedutor nato), depois com Gabriel e, a seguir, com a própria festa. Tudo registrado em filme.
No mais, praia, piscina, restaurantes, passeios. Enfim, a Bahia.

Abraços. Assis.

P.S. Nos próximos dias irei relatar as decisões adotadas na Assembleia Geral Ordinária e as datas dos próximos torneios.